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quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Clipping-Texto retirado de outro Blog - Sessão Mau Humor ao extremo






Por que resolvi que deixarei o mercado de TI?
Publicado em 28 de janeiro de 2015 por popeye 

No momento em que escrevo esse post, passo por uma síndrome de abstinência. Meu corpo implora por Nicotina.

As sensações que tenho são as mais variadas, todas assustadoramente desagradáveis.

Só que não fui eu quem decidiu parar de fumar… a grana simplesmente acabou.

O que acontecia todo final de mês, passou a acontecer no meio.

Vou contar uma coisa sobre o mercado de TI: está cheio de preguiçosos, aproveitadores e pessoas que pouquíssimo sabem sobre o que fazem.

 É um antro de desesperados por dinheiro que farão qualquer coisa para ganhar cada vez mais e fazer cada vez menos.

E se você estiver no caminho, é melhor sair da frente.

Quando entrei no mercado de TI, o fiz por prazer.

Não fui atrás do dinheiro, fui atrás de prazer… diversão… fui fazer o que eu melhor sabia fazer: fuçar e resolver problemas das formas mais criativas possíveis.

Eu acreditava que seria abençoado e estaria sempre no meio de pessoas com o mesmo perfil.

microcomputador pessoalVeja só: meu primeiro contato com computadores foi aos 7 ou 8 anos.

Lembro que na época, desmontei um TK-3000, o montei novamente e comecei a aprender um pouco de programação em BASIC.



Mais tarde veio o MSX (o Expert).
... gradiente país brasil linha msx compatibilidade msx 1 nationalQuando eu tinha 12 anos, minha mãe comprou um 486.
Foi aí que me apaixonei de vez por informática.















Aos 15, quando ela comprou um Pentium 200,
Nessa época eu mudava os jogos para se adequarem às minhas expectativas… acho que tinha uns 9 ou 10 anos.

eu já era capaz de programar em qualquer linguagem que me aparecesse na frente… bastava ler rapidamente o guia de referência de comandos e funções que eu me adaptava instantaneamente ao estilo de programação que a linguagem exigia.


Conheci o Linux e o FreeBSD em seus primórdios e atualmente conheço a fundo pelo menos outros 20 sistemas operacionais. Gosto de fuçar as coisas até entender todos seus aspectos… quero entender como funcionam.

E eu imaginava que esse seria o perfil comum dos profissionais na minha área.
Mas me enganei.


(Ufa! Depois de caçar e contar todas as moedas da casa, consegui comprar um maço de cigarros.)

É muito comum, por exemplo, cair no meu colo um problema que já dura mais de 2 meses e quando vou ver… bastava ler um log para entender a falha e resolver o problema em menos de 5 minutos, com apenas 2 ou 3 comandos ou a alteração de 1 único parâmetro num arquivo de configuração.

Aí me pergunto: durante esses 2 meses, o que as pessoas envolvidas estavam fazendo?


Outro ponto que me deixa profundamente triste é o fato de que precisamos mendigar por aumento salarial.

Os empresários nessa área não estão preocupados com as pessoas (embora digam o contrário), o importante é você ser o mais rentável possível.

E rentável, no dicionário deles, significa “sugável” e mal pago.

De um ponto de vista social, não posso dizer que sou mal pago, mas preste atenção nesse fato: pessoas que mal sabem o que estão fazendo e “sentam” 2 meses em cima de um problema que poderia ser resolvido em 5 minutos costumam ganhar o dobro ou o triplo do que ganho.

Num universo paralelo isso talvez faça algum sentido, mas seguindo a tal da meritocracia… essas pessoas nem mesmo deveriam estar ocupando seus cargos.

Por fim, o maior problema de TI é a exacerbação do ego.

Algo que é muito comum na sociedade (em geral), em TI é muito mais visível.

Pessoas burras se julgam super-inteligentes, pessoas medianas se julgam geniais e pessoas um pouco mais inteligentes acreditam ser as detentoras da absoluta verdade.

Todas as vezes que suas idéias não estão de acordo com as delas… você está completamente errado, ficou louco e não faz idéia do que está falando.

Não preciso nem dizer que ainda existe o problema da necessidade de um culpado… que será sempre aquele “otário” que tentou ajudar, ninguém mais.

A boa índole é basicamente um problema nessa área.

Se insistir na área, você se torna um “babaca” que segura contratos de milhões, resolve problemas que causariam prejuízos com muitos zeros, desenvolve quase que de graça projetos que custariam outros milhões, possui o menor salário da equipe e que talvez (com muita sorte) receba um agradecimento verbal.

Tudo isso porque você não foi humilde o suficiente para mendigar um aumento no salário.

Ou é o conceito de meritocracia que está ferido?

O ponto mais triste de todos é que o mercado todo é assim.

Não adianta mudar de empresa, será apenas mais do mesmo.

Nossas drogas diárias passam a ser a insatisfação e a esperança (de que tudo melhore) em doses cavalares.

Quando se tem boa índole e o foco não é simplesmente o dinheiro, o ego acaba sendo completamente destruído.

 Você cai num ciclo de depressão e raiva profunda… tem hora que você não sente tesão nem para levantar da cama, tem hora que você quer destruir tudo e todos a seu redor.

Não é saudável e não contribui com o que buscamos: qualidade de vida.

Então, nesse momento, você deve estar se indagando com o fato de conhecer pessoas nessa área que ganham muito bem.

Eu também conheço algumas e explico: em TI o que importa é lábia, falácia e propaganda.

Vale mais resolver um pequeno problema e fazer uma grande propaganda para que todos saibam do que resolver um enorme problema, ficar quieto e partir para a solução de outro.

Costumo dizer: se você sabe tudo o que seu funcionário está fazendo, ele está fazendo pouco.

Se existem problemas a serem resolvidos mas sobra tempo para preencher formulários, fazer reuniões, confeccionar lindos relatórios e ainda fazer propaganda disso… algo está definitivamente errado.

No começo, tudo o que eu queria era paz e prosperidade.

Acabei fazendo o que mais gostava e sabia fazer, mas isso se tornou meu maior e mais temido demônio.

Lidar com egos exarcebados é um problema, especialmente quando esses egos buscam ganhos capitais.

No fim das contas, percebi que sou eu quem está no lugar errado.

Não adianta querer fazer tudo de forma correta, não adianta buscar a excelência… você sempre enfrentará pessoas que não fazem idéia do que estão falando e que apresentarão toneladas de argumentos que você nem mesmo terá paciência para ouvir.

E já que percebi que estou no lugar errado, é hora de partir em busca do lugar certo, um lugar onde as pessoas valorizem a vontade de ajudar e que o dinheiro não interfira nas decisões.

É hora de mudar… hora de viver. É hora de construir uma vida ao lado de pessoas que prefiram a evolução ao enriquecimento.

Será, eu sei, um caminho tortuoso com uma longa fase de tansição e adaptação.

O que farei? Ainda não sei exatamente, mas sei que retribuirei compartlihando meu conhecimento para que um dia essa realidade mude.

No momento, só me resta desejar que essas pessoas sejam capazes de abrir os olhos, verem e entenderem que o que vem adiante é única e exclusivamente resultado de suas ações: a ruína social, que já foi e continuará sendo o assunto principal desse blog.

https://mdmente.wordpress.com/2015/01/28/por-que-resolvi-que-deixarei-o-mercado-de-ti/#comment-509


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